quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Minipreço

Eu, os velhinhos, os agarrados, os artistas, os pretos e os trolhas trocamos olhares cúmplices e compramos pequenos prazeres. Estou no Rio, com saudades de um Evel a 3,99 Euros.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Os Velhinhos

Os velhinhos a morrer em casa ou nos hospitais. Sozinhos. Isto sim, é uma coisa horrível. Tudo o resto são amendoins e parvoíces como a conversa do fim do feriado do 5 de Outubro.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sinto-me em Terra

De volta a Lisboa depois de dez anos no Rio, uso pela primeira vez o telemóvel no metro. Quando saí de cá não havia rede no metro, nem quase metro. Adoro o metro. Passei a andar também de comboio, gosto principalmente de quando ele passa em cima da Praia da Cruz Quebrada e depois em Caxias ao pôr do Sol.Passo os dias a vaguear pelo eixo Cais Sodré, Chiado, onde estou a morar. Onde sempre quis morar. Há mais suburbanos por Lisboa, as miúdas arranjam-se mais, outras menos. Há montanhas de fufas, homens de meia idade vestidos assim: calca de veludo cotelê bege e pulóver bordeux. Hoje tive que ir ao Colombo. Digo assim mesmo e quem me conhece estará a rir de tudo e de nada. No Colombo passeiam rapazes engravatados com fatos de má qualidade que trabalham em bancos e são felizes por trabalhar em bancos e usarem gravatas de cores berrantes e terem empregos pra ganhar e gastar no supermercado. Não gosto deles, não confio neles, oiço-lhes as babaquices e sinto pena. São uma geração de coitados. A geração do meu irmão mais novo. Parvos em Leasings. Nós, sim, fomos mimados. E por isso cheiramos Coca. Para ter a impressão de que somos bons. Imensa coca por Lisboa, também barulho de elétricos e de gaivotas. A ler Valter Hugo mãe. O cabrão escreve tão bem. Repito: O cabrão escreve mesmo bem.